Tradição dos mandolates é mantida em Vila Flores

No interior do município de Vila Flores, a comunidade Nossa Senhora do Carmo, na localidade do Piquete, é constituída de apenas 14 famílias. A maior parte dessas famílias dedicam-se à criação de aves de corte, suínos, produção leiteira, fruticultura, gado de corte agricultura de subsistência. Nesta pequena capela, as famílias ainda mantém as manifestações culturais dos saberes e fazeres e das crenças e lendas dos seus antepassados. Uma crença local está ligada ao sino trazido da Itália, o qual é tocado sempre que se aproxima uma tempestade, simbolizando a fé comunitária ao Ser Supremo. Outra manifestação cultural está relacionada à culinária da fabricação do famoso mandolate caseiro.

Os moradores contam que a tradição dos mandolates vem de longa data. Os primeiros moradores produziam guloseimas em casa e, por ocasião da festa da comunidade, vendiam aos visitantes. Uma dessas guloseimas, é o mandolate cuja a fama foi crescendo, ano após ano, quando os devotos da santa vinham para homenageá-la no dia da festa e aproveitavam para compra-los. Com isso, os moradores se organizavam e, em forma de mutirão, todos colaboram para os trabalhos na produção dos mandolates. Para tanto, juntam-se o mel, amendoins, ovos e demais produtos necessários. Os moradores por vários dias se reúnem na cozinha da comunidade, quando homens e mulheres se revezam nas tarefas de descascar os amendoins, juntar os ingredientes, mexer durante horas a massa para obter os deliciosos e crocantes mandolates. Para a festa em honra à padroeira, Nossa Senhora do Carmo, que acontecerá no dia 18 de julho, a previsão é vender 12 mil mandolates.

A cada ano vem aumentando a produção devido a procura do tradicional mandolate caseiro. Após a missa festiva, segue-se o tradicional almoço com sopa de capeleti, carne lessa, galeto, churrasco de gado e suíno, canudos, pastéis e a venda dos mandolates. A comunidade do Piquete é um exemplo de solidariedade reunindo, durante vários dias, todas as famílias para prepararem as especialidades que tanto agradam aos visitantes que aproveitam para honrarem a santa e saborearem um gostoso almoço colonial sem esquecer de levar um ou mais pacotes de mandolates.
Por Mário Valdir Vivan.

Fonte:
http://www.redesul.am.br